Biblioteca Virtual Afro-indígena - YouTube
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
"Ahhh, mas consciência não cor!"
quinta-feira, 17 de outubro de 2024
"Eita, professor! Como o senhor é bruto!"
Estou eu saindo da terceira aula que aconteceu no primeiro B, quando fui abordado por uma professora perguntando de maneira vaga: "Será onde é que eu vou agora, qual minha turma, professor?". Fico ali meio que perplexo com essa pergunta, porque, na verdade, não sou eu que tenho que saber. Respondo para ela: "Não sei, professora, não sei qual é a sua turma". E ela simplesmente vira para mim e, com sobressalto, me adjetiva de bruto: "Como o senhor é bruto, professor!". Ela entra na sala e ela continua falando para os estudantes que eu sou bruto e até pergunta para eles: "Não é, gente? Ele não é bruto?".
Essas atitudes me deixam tão triste, pois isso demonstra a covardia, a falta de cumplicidade entre os docentes e até mesmo a necessidade de rotular um colega. Ela tenta influenciar e induzir os estudantes a reafirmar esse rótulo.
O dia se passou, a manhã encerrou, o sinal tocou, os estudantes se encaminharam para o almoço e fiquei com isso na minha mente. Quando retornamos, uma hora da tarde, ela entra na sala, olha, e eu falo: "Olha quem chegou! A professora que me acha bruto". E ela continua a reafirmar que não é só ela que acha isso, que outras pessoas também acham, que muitos estudantes já falaram para ela.
E isso me deixou mais triste, pois estamos falando de uma pessoa que, quando ela chegou na escola, eu acolhi, dei conselhos, ouvi seus lamentos, aliás oww ser humano pra reclamar. Eu a abracei, inclusive quando os estudantes falam mal da aula dela, eu os repreendo dizendo que cada um tem sua abordagem didática para lecionar.
O que me deixou mais triste foi ouvir isso de uma pessoa que eu ajudei tanto. Uma pessoa que queria, inclusive, desistir da docência pelas cobranças, pela indisciplina dos estudantes, pelos maus-tratos, muitas vezes, com os seus superiores. Ela queria desistir da docência, mas eu a aconselhei, disse para ela ter paciência, calma, tranquilidade. Inclusive, em uma determinada ocasião, ela me chamou para socorrê-la em um atrito (e estou sendo muito eufêmico aqui, na verdade era uma briga) e ela estava pavorosa, sem saber como conter a briga. Então, prontamente, ela me chamou, e eu resolvi a questão.
Agora me pergunto: como eu vou saber onde essa professora iria lecionar? Uma pessoa que só me conhece há seis meses dizer isso de mim.
Escrevo isso como uma forma de desocupar alguns andares da minha mente com este rótulo que ela lançou. O sentimento que me invade é de tristeza por ver que uma pessoa que eu ajudei tenha uma atitude dessas comigo.
Olha, o processo terapêutico tem me ajudado muito a me entender. E tenho percebido que, de fato, exagero em alguns posicionamentos que tomo, mas, por enquanto, tem dado certo. Desde a Bahia, passando por Corrente, Piauí, até aqui no Ceará, tem dado muito certo. E, por todos os lugares que eu passo, tento deixar uma marca filosófica, tendo em vista que a Filosofia é uma disciplina que muitas pessoas marginalizam. O próprio sistema também se encarrega disso. Então, eu não posso ser mais um. Tenho que imprimir um legado filosófico onde estiver, essa é a obrigação que eu tenho em defesa dessa disciplina tão sofrida.
Por isso, eu já tentei muitas vezes não desenvolver projetos, ficar na minha, simplesmente ser um professor 'feijão com arroz'. Mas eu não consigo. Não consigo e não vou lutar mais contra isso, contra o meu jeito de ser. Vou realizar meus projetos, minhas feiras, minhas oficinas. Enfim, para você ter uma ideia, nesse ano de 2024 eu já realizei mais de cinco projetos na escola onde trabalho: Projeto Descobrindo Emoções, Projeto Agosto Lilás - Chega de Violência contra a Mulher (inclusive fomos para os sinais, para os semáforos da cidade, fizemos ali uma parada entre os carros reivindicando, protestando), Projeto Questionando a História (que consiste numa série de ações, charges, painéis sobre personalidades afro- indígenas), Socratizando e o GM Podcast, orientei três projetos do Ceará Científico sendo que um deles ganhou o terceiro lugar.
O que ela quer revelar com esse comentário? Seria ressentimento por eu ter ganho o terceiro lugar na amostra escolar e ela ter ficado de fora? Talvez seja isso. Ou talvez seja inveja do meu jeito de ser com os estudantes. Mas qual atitude eu cometi contra ela para ela vir falar que eu sou bruto? Fiquei martelando isso o dia inteiro. O que eu fiz para ela ter essa impressão de mim?
Não sei!
Após ter questionado, ela também não me falou o porquê dessa fala, desse rótulo que ela me colocou. Disse que os estudantes têm um sentimento paradoxal comigo, porque, quando saí da sala de aula para o almoço, eles ficaram dizendo: "Professor, o senhor deveria ter mais aulas com a gente".
Esse sentimento paradoxal dos meninos comigo... Mas eu já percebi que incomodo algumas pessoas que não sabem lidar com minha forma criativa de ser. Primeiro, pelo meu temperamento, por não saber lidar muito bem com autoritarismo. Segundo, pela minha proatividade. As pessoas não gostam de ver outros colegas executando projetos, movimentando a escola, acham que estamos querendo aparecer. E terceiro, pela minha forma cênica de viver. Minhas caras e bocas, minhas danças com os estudantes. É a minha forma de lidar com todos.
Mas um comentário como esse me deixa reflexivo. Talvez fosse essa a intenção dela, me deixar mal ou talvez ela não estivesse bem Mas paciência. Estou aqui dando vazão a esse sentimento. Espero que logo, logo ele passe. E vai passar. Quando você terminar de ler esse texto, com certeza ele já terá passado.
Lembre-se de ser você mesmo.
Bruto não, Assertivo!
segunda-feira, 14 de outubro de 2024
IMAGENS PERTUBADORAS NA ESCOLA, pra dizer o mínimo
domingo, 1 de setembro de 2024
Eu minha mania de querer ajudar e contribuir
Eu passei por uma situação desagradável com um colega que me considera e quer ser meu amigo, mas eu não compartilho desse sentimento. Estávamos prestes a enviar relatórios e projetos para a etapa regional do Ceará Científico, e ouvi a coordenadora dizer, ao final da amostra escolar, que não mexeria mais no trabalho do grupo desse colega, pois estava inadequado para o certame. Ofereci-me para participar, já que meu grupo havia conquistado o terceiro lugar. Meu erro foi comunicar isso ao colega diretamente — algo que caberia à coordenação.
No privado, esse colega, que parece querer se afastar de suas raízes afro-brasileiras, disse que eu era "covarde" por tirar a chance das meninas de participar da amostra regional. Covarde? Isso, definitivamente, não sou. Coragem é um dos princípios pelos quais vivo, e esse título que ele quis me imputar não combina comigo. Se o trabalho dele estava fora dos padrões e a coordenadora não o defendeu, não sou eu quem vou modificar o trabalho para que seja submetido, que era o que ele queria ouvir. Folgado? Isso sim combina com ele. Eu apenas quis promover o artigo do meu grupo, que, por sinal, está muito bom.
Mas aí aconteceu algo que eu não esperava: a diretora entrou em contato e disse que, de fato, o professor ficaria chateado. Mas, veja bem, foi a coordenadora quem decidiu não mexer no trabalho. A diretora disse que apenas eu e outra professora, por termos mestrado, sabíamos desenvolver projetos científicos — ignorando o fato de que há outros professores com titulações superiores à nossa. Isso soou como ironia, desdém. Acho que sim, mas paciência, ela relutou e disse como qualquer pessoa de bem "ahhh professor você não me conhece mesmo". O ponto é que foi a própria coordenadora quem afirmou que não mexeria mais no trabalho. Paciência!
O que fiz depois foi incentivar as estudantes a alterarem o projeto. No entanto, elas demoraram para realizá-lo e demoraram muito. Sem apoio, sem motivação e, infelizmente, sem expertise acadêmica por parte do professor 'NEVE', as estudantes fizeram o trabalho sozinhas, o que, com certeza, foi recompensador.
O que tiro de tudo isso? Que não devo me envolver em assuntos que cabem à coordenação, pois acabam afetando quem tem boas intenções. Como dizem, "de boas intenções o inferno está cheio."
POR ISSO, NÃO SE ENVOLVA, LINDÃO!
segunda-feira, 10 de junho de 2024
Filmes didáticos
Clica no link e boa reflexão:
https://1drv.ms/f/s!ArPXfH6E6Y2MgY8VUckwp7kRqp2xsQ?e=OFtRuJ
*Documentários:*
- * Documentário _O Lixo Nosso de Cada Dia
- * Quebrando Mitos - A frágil e catastrófica masculinidade de Bolsonaro
- * A Ponte
- * O Juízo
- * Pink Floyd (curta)
- * Justiça (2004)
*Filmes:*
*História*
- * Getulio
- * Mandela o Caminho Para a Liberdade
- * A garota dinamarquesa
- * Troia
- * Lincoln
- * A Queda! As Últimas Horas de Hitler
- * A Vida é Bela
- * Lutero
- * Guerra de canudos
- * Até o Último Homem
- * Cruzada
- * Batismo de Sangue
*NTPPS*
- * À Procura Da Felicidade
- * A Culpa é Das Estrelas
- * Um Grito de Socorro
- * Bullying_ provocações sem limites
*Filosofia*
- * Fúria de Titãs 2
- * Sócrates
- * O Nome da Rosa
- * Charlie Chaplin - O Circo
- * Quando Nietzsche Chorou
*Sociologia*
- * Pixote a Lei do Mais Fraco
- * Uma Mente Brilhante
*Literatura*
- * O Clube do Imperador
- * Perfume A História de um Assassino
- * Escritores da Liberdade
*Espanhol*
- * La madrastra malvada impide vivir normalmente
*Diversos*
- * O escafandro e a borboleta
- * Pantera Negra
- * Django Livre
- * O grande ditador
- * Apocalypto
- * Capitão América 2 - O Soldado Invernal
- * Elysium
- * A Outra História Americana
- * Anjos da Vida - Mais Bravos que o Mar
- * Construindo o Planeta Terra
_Foco na Aprendizagem - Crede 13_
sexta-feira, 7 de junho de 2024
Será que eles escapam?
Por Bruna Pinto de Castro
O documentário "Juízo" promove uma reflexão sobre a realidade de jovens menores de idade que, expostos à criminalidade e à miséria, se propõem a realizar ações que corrompem a lei. Nota-se que todos os jovens julgados e submetidos à reclusão pertencem a uma classe desfavorecida, sendo eles negros, periféricos e pobres. Eles são influenciados e motivados pela luxúria de organizações criminosas ou pela consciência pessoal. Tomados pela inconsequência, assumem o papel que o sistema quer que eles exerçam: o de criminosos. Os grupos criminosos ganham mais um escudo humano que pode mais facilmente se desvencilhar de punições judiciais, enquanto convencem esses jovens de que suas vidas serão melhores.
Na obra audiovisual, esse comportamento é fortemente repreendido pela juíza, que propõe que eles trabalhem honestamente e, independentemente das adversidades, escolham o caminho certo. A que custo alguém mergulha sua vida em vícios? Concede mau exemplo a um filho? Envergonha o pai ou a mãe? Esses questionamentos refletem a vivência de algumas pessoas julgadas, onde fizeram algo que não afetou apenas sua vida, mas também a vida do pai e da mãe.
Além disso, é possível compartilhar através dele uma mensagem ao público jovem: No mundo, ninguém tem responsabilidade sobre a nossa vida além de nós mesmos. Iremos nos deparar com pessoas que não terão empatia por nós ou pelo que passamos. Pensando nisso, é crucial ter autonomia sobre nossas escolhas. No vídeo, muitos desses jovens não sabiam responder o porquê fizeram o que fizeram, apenas o fizeram porque outras pessoas queriam. Por isso, é preciso refletir sobre a importância de escolhas bem-sucedidas e utilizar as oportunidades que temos para melhorar e nos afastar dessa conduta ruim. Caso contrário, não colheremos frutos bons e, em determinado dia, perceberemos que perdemos uma vida, não recebemos dignidade e infelizmente não fomos dignos daquilo que nos esperava. Poderia ter sido diferente.
É um direito que suas condições financeiras sejam respeitadas. No entanto, as vítimas também têm o direito de não serem roubadas e importunadas. Suas necessidades precisam ser supridas pelo poder governamental e não pelo judiciário. Elas precisam refletir sobre o que praticaram, dentro da lei. O judiciário tem que cumprir seu papel. É essencial que essas crianças sejam reeducadas e ressocializadas, e que este documento sirva de influência regenerativa e positiva, exemplificando as consequências, principalmente para o público jovem, considerando o resultado daqueles retratados no documentário: um morreu, outros continuaram na vida fatídica e outros mudaram.
Fonte: Domínio Público
quarta-feira, 5 de junho de 2024
Artigo de opinião sobre o documentário Juízo
Autora: Ana Clara Lacerda 3° B
No documentário “Juízo” acompanhamos a história de adolescentes que acabam enfrentando uma audiência a fim de decidir se irão para casas de medidas socioeducativas. Ao decorrer da narração, percebemos que cada jovem ali tem uma história de vida e qual crime ele cometeu para estar sendo acompanhado de um advogado público da vara infanto-juvenil que lida com vários casos ao longo da narração, a juíza se mostra uma mulher impassível e direta nas suas sentencias.
A vida em tais centro socioeducativos não é fácil, ter que lidar com vários outros adolescentes, cada qual com seus problemas e crimes. Uma coisa importante a se notar é que todos os acusados são negros periféricos e pobres, infelizmente viram o crime como uma válvula de escape de sua realidade vivida.Com uma narrativa clara e compreensível, o documentário nos faz pensar se realmente a vida do crime compensa e que existe tantos jovens com um futuro brilhante que poderiam estar estudando mas não, estão se marginalizando.
domingo, 11 de fevereiro de 2024
Confira cada produção acadêmica por meio das imagens (basta clicar na capa) abaixo:
Organizador e autor
Ensino Superior em Destaque: 20 anos da Faculdade do Cerrado Piauiense é fruto de pesquisas acadêmicas e reflexões sobre as diversas dimensões da educação superior, do direito e da administração pública. Comtempla artigos de egressos, professores e profissionais que contribuíram para o crescimento da FCP.
Meu amor,
Hoje eu quero te escrever não para lembrar o que você já faz todos os dias com tanto amor e entrega, mas para que você saiba que eu vejo. Eu...
-
Por: Atualpa Ribeiro Nos últimos dias, tenho comentado com colegas de trabalho, com minha esposa e até com minha terapeuta sobre o livro que...
-
Hoje eu quero te escrever não para lembrar o que você já faz todos os dias com tanto amor e entrega, mas para que você saiba que eu vejo. Eu...
-
Biblioteca Virtual Afro-indígena - YouTube "Ahhhh, mas consciência não tem cor". Quem pensa assim tem uma profunda limitaç...