Por
Andrea Ramal
O Plano Nacional de Educação tem, entre suas metas,
a universalização do acesso à educação básica para a população entre 4 e 17
anos com deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino. A meta
parte do princípio de que a formação escolar é direito de todos e todos devem
se desenvolver e aprender juntos. No entanto, o sistema educacional brasileiro
está longe de ser inclusivo.

Um exemplo
disso é o que ocorre com os estudantes surdos: embora muitos tenham passado a
frequentar a escola regular, é comum que os professores e a maioria dos
estudantes não dominem Libras, o que coloca em risco a aprendizagem e a
socialização. Não falar a língua do outro é uma forma velada de desprezo e
rejeição. Acontece uma espécie de “inclusão excludente”: o aluno surdo
frequenta o mesmo espaço, mas não é devidamente atendido.
Para que a
educação seja inclusiva de fato, é preciso adaptar a infraestrutura das
escolas, que precisa contar com salas e recursos multifuncionais e ser
planejada com acessibilidade arquitetônica e tecnológica. Além disso, é
necessário capacitar os docentes para aprimorar as práticas pedagógicas, de
forma que a sala de aula seja um ambiente de oportunidades reais para todos.
A principal
mudança está na atitude da comunidade educativa. Teremos escolas inclusivas
quando todos os que fazem parte dela – professores, estudantes, famílias -
acreditarem que no convívio com os diferentes aprendemos mais e nos tornamos
pessoas melhores. É na sala de aula, laboratório do mundo que queremos
construir, que uma nova sociedade pode começar.
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