Por: Atualpa Ribeiro
Pergunto-me frequentemente quais fatores passam pela minha psique para que eu sinta tanto ranço, tanta repulsa por esse professor. Se fosse algo exclusivo a mim, poderia até ser classificado como mera antipatia; no entanto, o que percebo é que quase todos na escola, com exceção de um ou dois colegas, compartilham desse sentimento. Talvez a aversão geral se deva à lentidão com que ele realiza suas tarefas. Analisando pelos meus critérios, tendo sido criado em um ambiente dinâmico, sanguíneo e vibrante, sua forma de se arrastar pelos corredores, aliada à postura desleixada ao sentar, torna-se particularmente incômoda.
Seus posicionamentos políticos, que de democráticos não têm nada, também são alvo de críticas. Não à toa, os estudantes chegaram a associá-lo à imagem de Hitler. Se eu fosse ele, certamente me preocuparia em compreender os motivos que levaram os alunos a construir uma representação tão demoníaca a meu respeito.
Outro ponto que me causa profundo desconforto é a forma como ele come. Mastiga os alimentos apenas com os dentes da frente, enquanto chupa o líquido extraído do arroz, feijão, carne, isso é perturbadora. Sua conduta em relação ao uso do banheiro também levanta questionamentos. Embora o hábito de ir ao banheiro a cada meia hora possa ser compreensível sob certas condições de saúde, o que realmente foge à normalidade - e à ética - ao posicionar o órgão genital próximo à porta de entrada do banheiro, muitas vezes balançando-o. Essa atitude foi presenciada por alguns estudantes, um dos quais chegou a abandonar a escola devido à omissão da direção em lidar com o caso.
Um desses estudantes relatou ter visto o órgão exposto enquanto o professor, de maneira desconcertante, arrumava ou ajeitava sua roupa à vista de todos. Para piorar, houve episódios em que ele foi flagrado urinando nos jardins ou no estacionamento da escola. Essas ações, de tão abjetas, remetem à heterologia de Bataille, em que imagens consideradas estranhas ou perturbadoras ganham destaque justamente por sua negação ou repressão no sistema. Contudo, duvido que Bataille urinaria nos arredores de uma biblioteca enquanto trabalhava.
Essas atitudes não só me causam repulsa, como também me fazem refletir sobre o quanto é urgente um posicionamento da direção para preservar o ambiente escolar. Afinal, a permissividade diante de comportamentos tão inadequados só agrava a situação, comprometendo o bem-estar de todos.
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