sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

A TRISTE FORMAÇÃO MORAL DOS BRASILEIROS


Professor Francisco Atualpa Ribeiro Filho

Colar, pescar, estacionar em vaga proibida, furar fila, sair de fininho para não pagar a conta, dar um jeitinho em tudo. Essas e outras atitudes se tornaram corriqueiras aos brasileiros e ainda concluem ao se darem conta que estão errados com a máxima fatalista: “é assim mesmo”. O que é abismal nesse posicionamento consiste no sentimento de normalidade ao praticarem uma transgressão. Com isso, cabe refletir em que se respalda essa conformidade em atitudes que ferem a moral.
Crianças e jovens crescem absorvendo maus exemplos da calamitosa construção da República Federativa do Brasil desde a cobrança injusta de impostos até os desvios exorbitantes de verbas destinadas à saúde, educação, esporte e cultura. Desse modo, a edificação do caráter fragmenta-se com os modelos históricos, pois se considerarmos apenas a partir da Proclamação da República (1889) em diante são dezenas de fatos que envergonham e desonram a Terra de Santa Cruz. 
Brasileiro e malandragem tornaram-se sinônimos. Nesse sentido, sempre arrumam um jeito de se dar bem em tudo. A prática moral do brasileiro está envenenada desde a sua idealização, tendo em vista a sua vontade eivada de vícios. Conforme a ética kantiana uma ação para ser moralmente boa deve partir da vontade livre e desprendida de qualquer pretensão que não seja a realização do ato.
Elisa Lucinda em seu poema “Só de Sacanagem” reflete sobre a corrupção como um problema cultural e indigna-se com o olhar tranquilo que os brasileiros possuem ao cometerem violações com o seguinte verso: “deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba, é inútil, todo mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal” como se não houvesse outra alternativa. Pois, mesmo que alguém tente ser honesto, esse deve enquadrar-se no esquema.
A corrupção no Brasil burocratizou-se, haja vista a incapacidade de ser honesto, tornando-se mais cômodo fazer caixa dois, superfaturar notas, pegar um “atalho”. Por isso, entranhou no espírito de um povo que ainda não rompeu essa barreira da submissão à cultura da desonestidade. Portanto, é papel intransferível da família cuidar e preservar valores como respeito, honra, honestidade caros e responsáveis por lapidar o caráter do futuro cidadão. 

SÓ DE SACANAGEM

Elisa Lucinda

Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.


Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."


Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!

O SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO E SEUS EFEITOS NO SÉCULO XXI

Por Yoshida Samara
3 ano - CENSA
     
       Brigas, intrigas, mortes, indignação, resultados de apenas um motivo : desumanização. Falta de higiene, não há fiscalização, só suporta 750, mas colocam 1.475 dentro de uma mesma prisão. Destes mesmos, 60 mortos dentro de uma unidade prisional do Amazonas, na zona Leste de Manaus, afirma site do "G1".
      Observa-se que, a falta de recursos em penitenciárias são de mais de 65%, 25 presos são reprimidos há celas as quais só suportam 10 dos próprios. Existem tamanhas guerrilhas entre facções, tumultos nos corredores, brigas por poder e ainda ajuda dos profissionais que servem a unidade, permitindo a entrega de instrumentos ou armas como : facas, canivetes e celulares.

      Entretanto, temos presenciado várias manifestações do lado de fora das cadeias, realizadas pelos familiares. Pessoas as quais querem e suplicam pela segurança dos entes queridos. Ademais, não se tem visto muito sendo feito para reverter esse caos. 
      Sendo assim, de modo que a paz e a segurança, seja estabelecida dentro dos presídios e das casas. Cabe ao Governo Federal promover, vistorias diárias nas unidades prisionais, palestras semanais de boa convivência e submeter os presos a sessões mensais de psicanálise. Urge também, reformas nos presídios, aumento da capacidade das celas, o aprimoramento da vigilância, melhora na higiene e multas com direito a suspensão ou perda do cargo aos profissionais que ousar violar as leis.


Confira cada produção acadêmica por meio das imagens (basta clicar na capa) abaixo:

  Filosofia na veia: reflexões e experiências Francisco Atualpa Ribeiro Filho Organizador e autor Com imensa satisfação, compartilho este li...