terça-feira, 25 de junho de 2019

Crise no Sistema Carcerário Brasileiro

  Por: Thalia Bizerra Nogueira

No filme Carandiru de 1989 do médico Drauzio Varella narra suas experiências na extinta casa de detenção. A obra relata as péssimas condições de higiene e a desumanidade presenciada no cotidiano carcerário. Apesar de muitos anos, esta ainda é a realidade das prisões brasileiras, visto como um instrumento de tortura. Sendo assim, reavaliar as condições que os detentos vivem é imprescindível para aferir as consequências na contemporaneidade.
  Em princípio a má estrutura em grande parte das cadeias, contribui para que os presos lutem para sobreviver. A superlotação, a falta de água potável, péssima alimentação, atestam a corrupção no sistema carcerário, visto que a média nacional de custo por preso é de R$2.400 reais, pondo os indivíduos à margem do descaso.
  Além disso, por não haver distinção, nem mesmo com jovens e mulheres, todos são tratados da mesma forma, evidenciando a falta de políticas públicas e a necessidade da atualização da legislação. Desse modo, a reintegração do indivíduo na sociedade será difícil, obrigando o mesmo a viver da informalidade, na qual a maioria volta ao crime.
  O tratamento carcerário fere os direitos humanos. Portanto, o governo deve fornecer subsídios para extensão das celas evitando a lotação e suprir a carência de água potável e alimentação de qualidade. Ademais, é fundamental a presença de equipes médicas para os cuidados da saúde feminina. Além disso, é muito importante atividades externas apoiadas por ONGs, que darão oportunidade aos detentos de reintegração social.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Como fazer parte de uma Democracia?

De maneira incisiva: "Meu jeito é esse. Eu não mudo", de forma branda "alguém tem que ceder,  você precisa se adequar". Sempre é o outro que precisa mudar, se adaptar ao seu, ao meu jeito de ser. Como fazer parte de uma democracia se a mudança sempre deve vir do diferente, do que está fora de mim? 



Democracia, palavra muito ventilada nestes últimos dias. Sabemos que surgiu na Grécia inspirada em pensadores como Platão e Aristóteles. Foi subjugada na era medieval. Transitou entre as trincheiras da Revolução Francesa e hoje navega entre likes e deslikes nas redes sociais. Seu conceito evoluiu durante esses períodos, mas seu DNA que consiste em promover e assegurar o bem comum e a equidade sobrevivem a duras penas.

Ao sacrificar a diferença estamos massacrando as conquistas de teóricos e ativistas políticos. O que significa dizer: "não conteste o que a maioria considera como certo. Aceita e pronto, deixa de criar caso". Ao berrar ou xingar seja em redes sociais ou pessoalmente o outro por não aceitar este ou aquele pensamento podemos perceber um sintoma claro de que não sabemos o que é e como fazer parte de uma democracia. 

Fazer parte de algo exige pertencimento, ou seja, abdicar do caráter mesquinho seja idéia ou atitude em prol de algo superior a estes interesses secundários. Fazer parte de uma democracia exige mudança. Neste mover-se constante podemos olhar o outro como a diferença que me completa. Como uma relação entre aprendizes.

Já ouvimos o jargão de que "o novo assusta" e é a pura verdade. Estamos assustados com esse movimento. Essa geração que nasceu inundada entre redes, hoje vive na pele o preço de seus antepassados por não saberem concretamente fazer parte, acolher, entender e discutir com o novo. Para fazer parte é preciso envolvimento, coragem, empatia e sobretudo autocrítica. 

Não encarar o outro como meu adversário, é o primeiro passo para a promoção de encontros, onde haja trocas de ideias, onde cada pausa não possibilite um novo round tendo como motivo a defesa cega da  "MINHA IDEIA". Portanto, a capacidade de reinventar-se, de perceber que o outro pode contribuir com determinada teoria ou interpretação. Reconhecer que de fato podemos ajudar-nos a melhorar constitui o motivo que todos nós brasileiras e brasileiros precisamos para aprender a pertencer a uma própria democracia e, assim, praticar a justiça social de que tanto falamos. 




Confira cada produção acadêmica por meio das imagens (basta clicar na capa) abaixo:

  Filosofia na veia: reflexões e experiências Francisco Atualpa Ribeiro Filho Organizador e autor Com imensa satisfação, compartilho este li...