sábado, 4 de novembro de 2023

Povos tradicionais e seu conhecimento

Por: 

Adryan Guilherme

Atualpa Ribeiro 

 A obra "Dois Tratados sobre o Governo" de John Locke, filósofo iluminista, enfatiza que para alcançar uma sociedade livre e justa, é fundamental estabelecer leis e princípios que se apliquem igualmente a todos. No entanto, a desvalorização dos povos tradicionais contradiz esse ideal de igualdade de direitos, devido à ineficácia estatal e à carência de diálogo. Com isso, é necessário analisar os fatores que contribuem para esse problema e propor medidas para resolvê-lo.

Em primeira instância, a ineficiência governamental representa um dos principais obstáculos no combate à negligência em relação aos povos tradicionais. Nesse contexto, John Rawls, um pensador norte-americano, argumenta que o Estado tem a responsabilidade de garantir o bem-estar coletivo. Tadavia, a estrutura do aparato administrativo muitas vezes falha na implementação de políticas públicas, o que resulta na não efetivação dos direitos assegurados na Constituição Federal de 1988. Por isso, é inaceitável que essa situação persista, pois, agrava ainda mais o problema.

Além disso, é crucial destacar a falta de diálogo como um dos impulsionadores da desvalorização dos povos tradicionais. De acordo com Jürgen Habermas, o criador da "Teoria da Ação Comunicativa", a esfera pública desempenha um papel fundamental na resolução de problemas sociais. Contudo, a falta de comunicação entre os órgãos do Estado e as lideranças locais acentua a negligência, uma vez que não existe uma política de abordagem eficaz. Dessa forma, isso torna a resolução do problema quase utópica. De acordo com uma pesquisa do Ministério Público, mais de meio milhão de pessoas se declaram pertencentes às comunidades tradicionais. Nesse sentido, é imperativo integrar essa parcela da sociedade por meio de um projeto abrangente.

Fica claro, portanto, ciente desses desafios, o poder público deve tomar medidas para atenuar essa problemática. Nesse sentido, o Governo Federal, como responsável pelo gerenciamento dos interesses dos cidadãos, deve utilizar recursos públicos por meio do Ministério das Comunicações para realizar campanhas e estabelecer parcerias com empresas, a fim de promover espaços de diálogo com o objetivo de integrar esses grupos ao processo de pertencimento cidadão. Essa ação contribuirá para a promoção da equidade, conforme preconizado por Rawls.

domingo, 29 de outubro de 2023

Rubem Fonseca à luz do pensamento de Bataille: Explorando a Violência e a Literatura


Neste ensaio, examinamos como as literaturas de Rubem Fonseca e Georges Bataille convergem na exploração da violência e na subversão da linguagem para revelar a realidade da sociedade. Ambos os autores buscam desobstruir as cordas vocais da linguagem, dando voz à violência que permeia a condição humana. Para Bataille, a linguagem civilizada é a expressão do homem civilizado, enquanto a violência é relegada ao silêncio, tornando-se aparentemente estranha à civilização.

A visão de Bataille contrasta com a ideia de que os "civilizados" são incapazes de atos violentos, desafiando a dicotomia entre civilização e barbárie. Rubem Fonseca ilustra essa ambiguidade na sociedade brasileira através de suas narrativas de violência, onde a realidade se distancia do discurso lógico e coerente.

Para Bataille, o Mal é uma parte inerente e inescapável da experiência humana, e a tentativa de suprimi-lo ou negá-lo pode levar a consequências ainda mais desastrosas. Em vez disso, ele sugere que devemos confrontar e abraçar essa dimensão sombria, reconhecendo que ela faz parte de quem somos. Essa perspectiva sobre o Mal está fortemente relacionada à ideia de que a experiência humana é ambígua e contraditória. Bataille acreditava que a busca por uma existência plenamente racional e ordenada é uma ilusão, e que devemos aceitar a nossa condição equívoca, onde forças opostas como vida e morte, ordem e desordem, razão e irracionalidade, coexistem.


Georges Bataille


Por conseguinte, os textos de Fonseca alinham-se nessa esteira ultrarrealista contribuindo para a promoção de uma tomada de consciência que proporciona uma percepção empática acerca de atitudes que são vivenciadas e/ou reproduzidas pelos partícipes da comunidade escolar como violência contra mulher e escolar como bullying, autoridade docente, vandalismo, depredação do patrimônio público e transferência de culpabilidade pelos seus atos. Esta última, por exemplo, se traduz quando os estudantes delegam a culpa de suas falhas às limitações temporais ou simplesmente devido os colegas não terem comunicado se isentando de sua responsabilidade.

"Passeio Noturno (Parte I e II)": Nesses contos, Fonseca explora a vida de um homem solitário e alienado que se envolve em atividades sexuais violentas e obscuras. Eles revelam a alienação, a busca por prazer extremo e a desconexão com a sociedade.

"Dia dos Namorados": Este conto narra a história de um homem que se envolve em uma relação sexual degradante e sem amor com uma mulher que ele conhece em um bar. O conto expõe a superficialidade dos relacionamentos e a degradação da intimidade.

Violência e a Necessidade de Autoconscientização

Bataille argumenta que o sistema racional, representado pelo pensamento cartesiano, ignora a violência como um caminho para a emancipação. No entanto, os contos de Rubem Fonseca desafiam essa visão, apresentando personagens que se entregam à violência devido à sua marginalização social e ao desejo de pertencer ao mundo do consumo. As narrativas de Fonseca desafiam as normas da sociedade e da moral, revelando o que os seres humanos são capazes de fazer.

O conto "Feliz Ano Novo" exemplifica como a violência é alimentada pelo consumo e desigualdades sociais. As personagens, marginalizadas e desesperadas, buscam pertencer à sociedade através de um ato violento. O desprezo dos ricos pelos pobres é evidente, demonstrando a desigualdade que impulsiona a violência.

Erotismo e Violência na Literatura de Bataille e Fonseca

Bataille via o erotismo como uma busca pelo "excesso" que desafia normas sociais e morais, envolvendo o tabu, o sacrifício e o prazer proibido. Fonseca explora o lado obscuro da existência, apresentando personagens que se entregam a impulsos destrutivos e transgressores. Através da literatura, ambos os autores buscam uma experiência interior que transcende as limitações da moral e da razão.

Hipermoral e a Transgressão

Bataille introduz o conceito de "vontade de chance", que representa a busca humana pelo acaso, pelo imprevisível e pelo caos. Isso envolve a quebra de paradigmas, desafiando a razão e a moral. Fonseca compartilha dessa abordagem ao desafiar as normas sociais e buscar experiências que escapam ao controle e à previsibilidade.

Conclusão

Rubem Fonseca e Georges Bataille compartilham uma abordagem literária que busca expor a violência e a ambiguidade da condição humana. Suas narrativas desafiam as normas e a moral, levando os leitores a confrontar o lado obscuro da sociedade e da própria humanidade. Através da literatura, eles buscam provocar a autoconscientização e transcender as limitações da razão e da moral.

Nesta versão mais concisa do seu texto, mantive os pontos-chave e a estrutura geral do seu ensaio, abordando a convergência entre as obras de Fonseca e Bataille na exploração da violência e do erotismo, bem como a busca pela experiência interior e a hipermoral.


Rubem Fonseca


terça-feira, 29 de agosto de 2023

Minha Jornada no LEI: Descobrindo Conquistas e Superando Desafios

 Olá, leitores do meu blog!

Hoje, quero compartilhar um pouco sobre a minha emocionante jornada no LEI - Laboratório Educacional de Aprendizagem. Desde o início, mergulhei de cabeça nesse ambiente dinâmico e repleto de possibilidades, ansioso por explorar novas fronteiras da educação e ampliar meus horizontes.

Em minha rotina no LEI, cada dia é uma nova aventura. A cada passo, encontro desafios intrigantes que me motivam a crescer e aprender continuamente. Descobri que a criatividade é uma grande aliada aqui. Desenvolver atividades inovadoras, criar materiais interativos e encontrar maneiras envolventes de compartilhar conhecimento tornou-se uma parte vital do meu dia a dia.

As conquistas têm sido igualmente inspiradoras. Ao longo do tempo, fui capaz de criar um espaço onde a aprendizagem ganha vida de maneiras que nunca imaginei. Ver os alunos se envolverem e se entusiasmarem com as atividades que desenvolvo é uma sensação indescritível. Cada sorriso de realização me reafirma que estou no caminho certo.

Claro, não posso deixar de mencionar os desafios que enfrento. Lidar com a constante evolução das tecnologias educacionais e adaptar-me às necessidades variadas dos alunos é um desafio constante. Às vezes, as coisas não saem como planejado, mas esses momentos também são oportunidades de aprendizado. A busca pela excelência na educação exige resiliência e flexibilidade.

Convido todos vocês a acompanharem minha jornada no LEI através deste blog. Aqui, compartilharei minhas reflexões, sucessos, tropeços e todas as experiências enriquecedoras que a vida no laboratório educacional de aprendizagem tem para oferecer. Juntos, podemos explorar as maravilhas da educação moderna e construir um futuro melhor.

Fique à vontade para acessar meu blog no endereço [https://filososofianaveia.blogspot.com/], onde postarei regularmente sobre minhas aventuras no LEI. Espero que se juntem a mim nessa jornada emocionante!


Atenciosamente,

Professor Me. Atualpa Ribeiro

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Socratizando

 O professor @atualpa_ribeiro e as turmas 1º A, B, C, D realizaram uma performance filosófica alusiva ao pensador grego Sócrates. 

Essa ação pode ser uma ferramenta poderosa para engajar os alunos e estimular o pensamento crítico. Ao invés de simplesmente apresentar conceitos abstratos e teorias, a performance filosófica pode trazer a filosofia para a vida dos alunos, apresentando questões concretas e provocativas que os levam a refletir sobre suas próprias vidas e experiências.







Através dessa performance, os alunos puderam experimentar o processo de raciocínio filosófico em ação, observando como as ideias são formadas, debatidas e contestadas. 




Além disso, a performance filosófica pode ajudar a criar um ambiente mais colaborativo e participativo em sala de aula, onde os alunos são incentivados a compartilhar suas próprias perspectivas e opiniões.


O Movimento Filosofia na Veia teve início em 2018 e visa integrar performances no espaço escolar com o intuito de auxiliar os estudantes a desenvolver habilidades importantes para suas vidas pessoais e profissionais, como a capacidade de pensar criticamente, argumentar de forma persuasiva e respeitar as opiniões dos outros.

 #transgressão #emancipation #aprender #ensinar #educaçãoemancipadora #filosofianaveia #coragem #crede13 #sëduce @seduc_ceara @crede13

Confira cada produção acadêmica por meio das imagens (basta clicar na capa) abaixo:

  Filosofia na veia: reflexões e experiências Francisco Atualpa Ribeiro Filho Organizador e autor Com imensa satisfação, compartilho este li...